Transtorno do Espectro Autista: Como fazer Musicoterapia e Dançaterapia grátis
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) está entre os distúrbios neurológicos mais conhecidos mundo afora.
Com certeza você já ouviu falar ou até conhece alguém que esteja no Espectro. Pois bem, existem três níveis do transtorno (leve, moderado ou severo) e inúmeras abordagens e tratamentos que podem melhorar a condição dessas pessoas.
E hoje vamos falar sobre algumas delas, mais precisamente as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, as PICS, com mais atenção para musicoterapia e dançaterapia, que são ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Antes de continuar para entender melhor as terapias e como elas melhoram o quadro da pessoa com TEA, é importante lembrar que cada caso requer uma avaliação única e um conjunto diverso de ações para tratar de suas necessidades. Além disso, nenhuma terapia complementar substitui o tratamento convencional, elas fazem parte de um plano de tratamento mais amplo, que pode incluir terapias comportamentais, educação especial, terapia ocupacional, fonoaudiologia, entre outras. Agora sim podemos continuar!
Musicoterapia e Dançaterapia
A musicoterapia usa a música e seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) para facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, entre outras habilidades relevantes para auxiliar tratamentos. No contexto do TEA, por exemplo, pode ajudar nas habilidades de comunicação, socialização e expressão emocional. Por trabalhar quase todas as regiões do cérebro, a música pode servir como uma ponte para a comunicação não verbal, facilitando a interação e expressão em indivíduos que têm dificuldades de comunicação verbal.
Semelhantemente, a dançaterapia, que no SUS pode ser aplicada pelas PICS de Biodança e Dança Circular, é uma forma de expressão corporal que pode ajudar a melhorar a coordenação motora, a consciência corporal e a interação social. Por meio do movimento e da expressão, indivíduos com TEA podem se conectar com os outros e expressar emoções que podem ser difíceis de comunicar verbalmente.
Outras PICS também já apresentaram resultados muito positivos para pacientes com TEA, como fitoterapia, acupuntura, meditação, yoga, terapia de florais, entre outras. Mas a musicoterapia e a dançaterapia estão entre as terapias complementares que têm demonstrado mais benefícios consistentes em alguns estudos e na prática clínica.
Ok, agora podemos partir para a prática e buscar apoio no SUS para tratar pessoas com TEA. Vamos descobrir como?
Como funciona a musicoterapia e a dançaterapia no SUS?
As primeiras PICS foram incluídas no SUS em 2006, com a proposta de fornecer tratamento complementar por meio de uma visão mais ampla e integral de saúde. A ideia era trazer terapias mais tradicionais, de conhecimento ancestral, para acrescentar nas especialidades da medicina convencional, assim visando tanto o apoio nos tratamentos quanto a prevenção de doenças e agravos de saúde.
Assim, a política determina que essas práticas façam parte da rede pública de saúde de forma universal e gratuita. Mas assim como as outras especialidades do SUS, nem todas as unidades de saúde oferecem todas as práticas. Da mesma forma, a unidade de saúde que ofereça uma prática dificilmente vai ter todas as outras.
Por isso, o pontapé inicial para ter acesso a esse benefício é se informar na unidade pública de saúde mais perto de você, para saber quais locais oferecem a prática complementar que você está procurando e como é o processo para se inscrever ou agendar.
A musicoterapia e a dançaterapia têm apresentado resultados significantes na melhora de pessoas com TEA.
Quem pode fazer essas práticas?
O foco deste artigo são as pessoas com TEA, porém as PICS são voltadas para todo e qualquer cidadão brasileiro, independente de idade, gênero ou raça. Mesmo para pessoas sem nenhum distúrbio ou doença, elas promovem inúmeros benefícios.
O que esse serviço oferece?
As PICS oferecem tratamento complementar gratuito para a população. No total, são 29 práticas que reúnem diversos saberes tradicionais e tratam os aspectos físicos, emocionais, psicológicos e até espirituais dos indivíduos.
Já falamos sobre algumas delas em outros artigos por aqui, mas o foco deste texto são a música e a dança.
Como atividades lúdicas e de lazer, qualquer pessoa pode enumerar as coisas boas que cantar e dançar proporcionam. Pois imagine o que elas podem fazer quando conduzidas por um profissional, visando especificamente a promoção de saúde e o bem-estar físico e mental!
Mesmo para quem não tem TEA, a musicoterapia e a dançaterapia podem trazer inúmeros benefícios mentais e físicos.
Quem oferta o serviço?
A implantação das PICS foram determinações do Governo Federal, via Ministério da Saúde, para o SUS. Porém todos sabemos que a rede pública de saúde atua em várias esferas, incluindo a municipal e estadual. Por isso, muitos dos locais que oferecem as práticas de musicoterapia, biodança e dança circular, bem como outras PICS, são de administração municipal ou estadual.
A musicoterapia e a dançaterapia são gratuitas?
A oferta das PICS, incluindo a terapia com dança e música, é totalmente gratuita para o paciente. Basta verificar como o serviço é prestado com a unidade de saúde mais próxima.
Como se inscrever para participar?
Cada unidade de saúde tem sua forma de funcionamento e implementação das PICS. Portanto, não existe uma resposta universal para essa pergunta. Se você busca musicoterapia ou dançaterapia para si mesmo ou para alguém com TEA, é preciso entrar em contato com uma unidade de saúde perto de você para obter informações como onde as práticas são oferecidas, como é o processo de inscrição ou agendamento, se elas são feitas em grupo ou individualmente e quais são os dias e horários disponíveis.
Cada unidade de saúde funciona de uma forma, por isso você deve se informar na UBS mais próxima de você. Baixe nosso app.
Quais os documentos necessários?
Em geral, você consegue atendimento em qualquer atividade do SUS portando três documentos básicos: RG, CPF e Cartão Nacional de Saúde (Cartão do SUS). Caso você ainda não tenha o Cartão do SUS, pode fazer o seu presencialmente em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou na Secretaria de Saúde do seu estado. Você também pode fazer seu cartão online, pelo site ou aplicativo do ConecteSUS.
Como é o processo entre a inscrição e a prática?
Como cada unidade tem sua forma de operar, isso pode variar muito de um lugar para outro. Portanto, pode ser que você tenha que enfrentar uma fila de espera antes de conseguir fazer a prática ou, dependendo da demanda, pode conseguir imediatamente.
Quais são as obrigações e responsabilidades do beneficiário?
Para o paciente, basta comparecer às práticas com regularidade, conforme agendado. A musicoterapia e a dançaterapia são muito mais atividades do que consultas ou tratamentos, portanto o nível de responsabilidade do paciente fica na frequência e na participação.
Musicoterapia e dançaterapia são práticas complementares oferecidas gratuitamente no SUS.
Em que partes do Brasil a musicoterapia e a dançaterapia são ofertadas?
A oferta de musicoterapia e dançaterapia (biodança e dança circular) pode variar bastante de um local para outro, dependendo da disponibilidade de profissionais qualificados, da demanda da população e das políticas de saúde locais.
Para saber em quais partes do Brasil a musicoterapia e a dançaterapia são ofertadas pelo SUS, recomendamos a UBS mais próxima de você.
Quando abrem as inscrições?
Para saber sobre processos de inscrição, é preciso entrar em contato com uma UBS próxima ou com o próprio estabelecimento que ofereça as atividades de musicoterapia e dançaterapia.
Datas e Horários
Os dias e horários de prestação desses serviços, bem como os de agendamento deles, também variam de acordo com o local. Por isso, você precisa entrar em contato com a unidade de saúde de referência e buscar todas as informações que precisa.
Baixe nosso app e saiba onde encontrar informações sobre musicoterapia, dançaterapia e todas as outras PICS.
O TEA tem tratamentos incríveis no SUS, convencionais e complementares. Musicoterapia e dançaterapia são apenas alguns deles. São terapias que usam a música e a dança para ajudar quem tem TEA a se sentir melhor e se comunicar de maneira mais fácil. E o melhor: são de graça! Se você conhece alguém com TEA ou se interessa pelo assunto, vale a pena dar uma olhada nesses tratamentos.
